O segredo para fugir da crise de trabalho
Nesses tempos de crise econômica, é inevitável ter medo das demissões tão recorrentes no último semestre. No entanto, o mercado tem nos mostrado que o diferencial para manter a segurança do emprego é a busca incessante por especializações na carreira.
Os resultados brasileiros apontados em pesquisas do primeiro semestre desse ano foram, sem dúvida, muito mais pessimistas do que em outros países, mas com a crise ou sem ela, o essencial para bons profissionais é nunca se deixar acomodar.
O crescimento da procura por cursos como MBA (Master in Business Administration) nos últimos meses só comprova que a preocupação com a carreira tem aumentado entre os brasileiros.
Melhor para as empresas, que podem preencher suas vagas com pessoas extremamente qualificadas.
Com tanta concorrência no mercado de trabalho, o diploma de curso superior se tornou apenas um pré-requisito. Diferencial agora é o que vem depois: pós-graduação, MBA e outros cursos de especialização que complementem a carreira.
O melhor de tudo é que, além de ser um ótimo adicional para o currículo, cursos como esses proporcionam aos alunos a convivência com diversos profissionais da mesma área. E, levando em conta que um networking atualizado ainda preenche cerca de 70% das vagas disponíveis no mercado, um MBA pode trazer contatos definitivos para a sua carreira.
Para quem não está satisfeito com a profissão que escolheu, cursos de especialização também podem ser uma ótima opção para a mudança de área. Eles dão a base de que um profissional necessita para iniciar a experiência em um trabalho desconhecido e ainda podem render bons contatos para uma futura oportunidade de trabalho.
Tudo isso só comprova os inúmeros benefícios que a procura por aperfeiçoamentos na carreira podem proporcionar. A busca incessante pela excelência profissional é uma das únicas coisas que pode garantir a estabilidade do emprego em tempos de crise.
Você tem “jeito” para números?
Já lhe falaram que você apresenta uma “tendência” para música, ou para os esportes?
Você percebeu que tem uma “queda” para negócios, para o comércio?
São as vocações!
Vocação é uma palavra de origem latina que significa ato ou efeito de chamar, inclinação, tendência, talento, queda.
De certa forma, não é difícil perceber em nosso cotidiano nossas vocações. São as tarefas que desempenhamos com rapidez, eficiência e um inegável prazer de “saber fazer”.
Muitas vezes fazemos de uma vocação, uma tendência, nossa profissão. Mas, nem sempre é tão simples, pois, via de regra, não possuímos uma única vocação. Os seres humanos são múltiplos, plurais, formados pela hereditariedade — a carga genética e cultural onde estamos inseridos – e pelo contato social — a economia, a época em que nascemos. Portanto, nem sempre uma vocação manifesta se transforma em uma escolha profissional. Por vezes, negamos tendências na busca por uma profissão que seja “valorizada” pelo meio em que vivemos.
Como conciliar o que já temos, o que sabemos fazer bem, com a escolha profissional?
Em primeiro lugar, o auto conhecimento auxilia na descoberta sobre pontos altos de desempenho, seja na escola ou no trabalho. Para que essa descoberta se concretize é fundamental questionar constantemente as atividades cotidianas a fim de perceber: Onde me saí bem? Foi agradável realizar essa tarefa? Senti dificuldades? Em quê?
Além disso, no mundo atual, não é suficiente ter “jeito” para determinados assuntos. É necessário que essas tendências se transformem em um resultado com valor econômico. O trabalho deve ser reconhecido pela sociedade como importante, permitindo, a quem o realiza, usufruir o benefício de uma remuneração.
Conhecendo nossas vocações, tendências, “jeitos” é possível escolher uma ocupação com maior segurança. Elas nos mostram em que somos bons, onde podemos nos destacar. Para fazer escolhas profissionais é necessário mais que confiar no talento, no jeito, reunir a vocação com informações a respeito da ocupação escolhida e a vontade.
Como exemplo, de nada adianta ter vocação para música por isso decidir ser concertista, se essa vocação não está acompanhada de paciência para os longos ensaios e para a rígida disciplina pessoal necessária para essa profissão. Como diz o ditado: “talento só não basta…”.
As vocações são bússolas interiores, que nos permitem “navegar” no mar do trabalho e das ocupações com os melhores instrumentos que possuímos e, é por esse motivo, que não devemos desprezar o chamado de nossa voz interior, pois dela pode vir nosso diferencial competitivo.
A Necessidade de Informação.
Atualmente é bastante comum ouvirmos que um bom começo para escolher a carreira desejada é buscar “informação”.
As fontes hoje são inúmeras: desde cadernos especializados como os Guias de Profissões, passando por jornais diários, revistas e sites de busca ou de orientação, além de conversas com profissionais já estabelecidos, palestras e fóruns profissionais. Portanto, fontes existem e são, de certa maneira, de fácil acesso.
Entretanto, como processar todos esses dados? Como separar quais são as informações necessárias para uma escolha segura? Nesse artigo levantarei algumas pistas para ajudar os interessados a processar as informações recebidas e verificar se trazem dados novos ou se confirmam suspeitas.
Para começar, é preciso selecionar as fontes e procurar estabelecer alguns critérios como confiabilidade, atualidade e particularidade. Por exemplo, a fonte dos “Guias de Estudantes” é bastante confiável, porém, costuma apresentar dados muito genéricos sobre as carreiras.
Esses guias são feitos de forma genérica e não abrangem casos particulares. No caso de querer saber mais, convém procurar profissionais já estabelecidos nessas carreiras. As associações de classe, sindicatos e sites específicos podem ajudar a encontrar informações mais detalhadas.
Além das informações atuais, é importante realizar um exercício de “futurologia” analisando as tendências atuais para projetar o futuro profissional. Parece difícil, mas é bastante simples, vamos para um exemplo: Na década de 70, o adolescente que escolhesse ingressar na carreira de Educação Física, via de regra, era criticado com as seguintes justificativas: “Não existe campo de trabalho além do acadêmico. Um profissional com essa formação será professor e, ainda por cima, com poucas aulas!”
Diversos adolescentes, pressionados por seu meio social – família, amigos e escola – desistiram dessa opção por não ser “adequada” aos valores daqueles grupos, naquele momento específico.
O que vimos posteriormente foi que esses julgamentos iniciais se mostraram precipitados. Na década seguinte houve forte demanda por profissionais dessa área para atuarem em segmentos diversos como clubes, escolas de esporte, academias, hotéis, parques temáticos, empresas, e como treinadores particulares, o hoje famoso “personal trainner”.
A atividade física, que foi sempre essencial para a vida humana, passou a ser considerada, pela sociedade, como fundamental para a manutenção da saúde e para a melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, o trabalho do profissional de Educação Física, antes valorizada por uma minoria, passou a ser valorizado por vários segmentos sociais, que investiram em novos serviços e consequentemente criaram novos campos de trabalho, antes não imaginados.
Essa mudança de pensamento não aconteceu de um momento para outro. Alguns jovens que ingressaram na carreira nos anos 70, puderam perceber, antes de outros, que novas oportunidades estavam por surgir.
Como eles perceberam? Olhando as informações disponíveis e analisando as tendências, ou seja, percebendo como o meio social buscava, já em meados da década, novas modelos de vida, de relacionamento no trabalho e de novos olhares sobre o corpo.
Foram jovens que se empolgaram com o método Cooper, que viram ser criadas as primeiras ciclovias e calçadões nas orlas e que perceberam o aumento no número de equipamentos disponíveis em praças, praias e parques.
Eles entenderam que a questão da qualidade de vida era uma tendência e procuraram, dentro de sua escolha profissional, caminhos para entrar nesse novo mercado. Ao buscarem o reconhecimento social, abriram caminhos para outros jovens e, com sua atuação, criaram referências para os novos profissionais.
Esse exercício de “futurologia” é importante para percebermos que escolher uma profissão no presente não implica em uma decisão definitiva ou imutável. A sociedade apresenta-se cada vez mais dinâmica e mutável. O que hoje é considerado certo, amanhã pode ser dúvida e depois de amanhã incerteza…
Portanto, fica a dica, de Vinícius Cardozo, idealizador da Atualizo, informação é importante, mas a análise da informação que se obtém é fundamental na escolha de uma carreira!